O que é câncer de próstata?

É o câncer que ocorre na próstata – uma pequena glândula (órgão com função de produzir hormônios e/ou outras substâncias com ação local ou à distância em nosso organismo) em forma de noz que envolve a uretra masculina logo abaixo da bexiga urinária, e, em condições normais, pesa entre 10 e 30 gramas. Sua principal função é secretar um fluido claro que constitui de 10 a 30% do volume do fluido seminal, o qual, além da secreção prostática, é composto pela secreção produzida nas vesículas seminais e pelos espermatozóides produzidos pelos testículos.

A única maneira de se examinar a próstata durante o exame físico é através do exame de toque retal.

O câncer de próstata é um dos mais frequentes tipos de câncer masculino (o mais frequente acima dos 50 anos de idade). Este tumor geralmente tem crescimento lento e inicialmente fica confinado ao órgão, situação em que via de regra não causa sintomas. Pode, no entanto, evoluir silenciosamente para uma doença localmente avançada ou mesmo à distância (metástase). Este comportamento mais agressivo ocorre numa menor parte dos cânceres de próstata, no entanto a capacidade para discernir os tumores menos agressivos dos mais agressivos ainda é limitada.

Os tumores de próstata que são diagnosticados precocemente – quando ainda estão confinados à glândula – têm uma chance maior de sucesso no tratamento, com taxas de cura que ultrapassam os 90%, razão pela qual o Instituto de Urologia Sul de Minas, em conformidade com as recomendações da Sociedade Brasileira de Urologia, sugere aos seus pacientes que realizem o acompanhamento médico periódico.

Quais são os sintomas?

O câncer de próstata costuma não causar sintomas nos seus estágios iniciais.
Tumores mais avançados podem causar sinais e sintomas como:

• Problemas para urinar;
• Sangue na urina;
• Dor nos ossos.

Quais são as causas?

As causas ainda não estão claras. O tumor começa quando algumas células da próstata sofrem mutações no seu DNA, o que leva a alterações no crescimento e divisão celulares, os quais passam a acontecer de maneira mais rápida do que o habitual.

O acúmulo de células anormais forma um tumor que pode crescer e invadir tecidos próximos. Algumas dessas células podem se separar e disseminar (metástase) para outras partes do corpo.

Ou seja, a origem do câncer de próstata baseia-se em fator eminentemente genético. Fatores externos, tais como dieta e atividade física, podem exercer algum papel, porém menos relevante no câncer de próstata.

Existem fatores de risco?

Os fatores de risco que podem aumentar a chance de tumores na próstata são:

Idade avançada. O risco de câncer de próstata aumenta com a idade. Ele é mais comum acima dos 60 anos de idade.

Ser negro. Homens negros têm um risco aumentado de câncer de próstata. Não está claro o porquê.

História familiar de câncer de próstata. Se um homem na sua família já teve ou está com câncer de próstata o seu risco pode estar aumentado.

Obesidade. É mais provável que homens obesos diagnosticados com este tipo de tumor tenham a doença em um estágio mais avançado, o que torna o tratamento mais difícil.

Quais são as complicações do câncer de próstata?

A principal é a disseminação do tumor. Os tumores de próstata podem se espalhar para tecidos vizinhos através da corrente sanguínea ou do sistema linfático, para os ossos e para outros órgãos (fígado, pulmões, cérebro, pele). Os tumores disseminados para outros órgãos são mais difíceis de se tratar do que o câncer confinado à glândula. Para estes casos geralmente estão indicados tratamentos paliativos.

Quais são os exames e como é feito o diagnóstico?

A suspeição da doença em seu estágio inicial é feita através da consulta médica, com realização do exame de toque retal e do exame de sangue PSA (antígeno prostático específico).

Embora haja controvérsia em relação à indicação do exame urológico periódico, os resultados mais recentes de estudos científicos têm tendido a mostrar o seu benefício. O mais importante é que cada paciente seja orientado pelo seu médico e, individualmente, escolha se quer ou não acompanhar, e como fazê-lo.

Atualmente seguimos as diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia que indica o rastreamento do câncer de próstata (toque retal + PSA) à partir dos 50 anos de idade para todos os homens e, para aqueles com risco aumentado da doença (história familiar de câncer de próstata e negros), à partir dos 45 anos.

O que fazer se o toque retal e/ou o PSA estiverem alterado?

Se alguma anormalidade é detectada no toque retal e/ou no PSA, o seu médico pode recomendar outros exames para verificar se há câncer de próstata. A Ressonância Nuclear Magnética é hoje um exame muito útil na avaliação prostática, definindo com elevada acurácia o risco de câncer de próstata e com isso evitando muitas biópsias desnecessárias. Nos casos com alta suspeita, está indicado o Ultrassom transretal com biópsia prostática para a coleta de amostras de tecido de células suspeitas para serem analisadas no laboratório com o objetivo de determinar a presença ou ausência de células malignas (exame anatomopatológico). O procedimento de biópsia da próstata é realizado no Instituto de Urologia Sul de Minas.

Estou com câncer de próstata. E agora?

Conforme mencionado anteriormente, uma vez descoberto em seu estágio inicial, o câncer de próstata tem chance de cura que ultrapassa os 90%. Várias são as modalidades de condução do paciente nesta situação: O paciente pode ser acompanhado (Active surveillance ou Acompanhamento ativo) – para doenças em estágio inicial e com tendência a comportamento pouco agressivo (o que será avaliado individualmente pelo urologista), o paciente pode ser somente acompanhado, evitando os potenciais efeitos colaterais dos tratamentos e, caso a doença comece a evoluir, prontamente é indicada intervenção. Tratamento cirúrgico, Prostatectomia Radical – é o tratamento padrão-ouro, com elevados índices de cura à longo prazo, sem necessidade de outras terapias. A equipe do Instituto de Urologia Sul de Minas realiza a cirurgia tanto pela via aberta quanto pela via videolaparoscópica. As efeitos adversos mais importantes relacionados à operação são a incontinência urinária e a impotência sexual, os quais felizmente têm se tornado cada vez menos frequentes devido ao aprimoramento da técnica cirúrgica. A radioterapia é um excelente tratamento para o câncer de próstata, com taxas de sucesso comparáveis às da cirurgia.

A doença em estágio avançado é abordada com procedimentos ou medicamentos para bloqueio hormonal androgênico e, em estágio mais avançado, quimioterapia. Nesta situação tratamentos paliativos.

Cabe ao urologista orientar o seu paciente e, junto dele, definir para cada caso a melhor forma de tratamento.

Bibliografia: http://www.abc.med.br
Campbell-Walsh Urology
Urologia Brasil
Guidelines da Associação Européia de Urologia (EAU)

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